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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Tardia, pero, no mucho

Há quem diga que a justiça que tarda é justiça falha. Via de regra isto é verdade, mas há algumas satisfatórias exceções.
Paulo Maluf e seu porta-voz, Adilson Laranjeira, propagam há anos que "não há condenação contra Paulo Maluf". Nos últimos tempos a frase mudou um pouco, e podemos ouvir "não há condenação criminal contra Paulo Maluf". Réu em conjunto com amigos (nossa legislação dá nome a esse tipo de ação entre amigos, mas tudo bem, deixemos assim) em uma ação civil, foi condenado há algum tempo, em última instância, a devolver um dinheirinho referente à aventura da Paulipetro, em 1980. Isso mesmo, 1980. Já se vão 28 anos.
Curioso é que quando do anúncio do superhipermega campo de Tupy pela Petrobras, seu partido correu aos programas de TV gratuitos bradando que era composto por visionários, ungidos de grande espírito empreendedor, e que já em 1980 investiam na busca por petróleo em solo paulista. Claro que ninguém é perfeito. Esqueceram de comentar que as recentes descobertas são no limite da plataforma continental, enquanto nossos visionários furavam buracos no interior de São Paulo, dando de cara com o aquífero Guarany, criatura já à época sabida e localizada.
Pois bem, Paulo Maluf foi condenado, mas ainda não se fez a justiça, uma vez que não devolveu ao tesouro de São Paulo os valores constantes da causa. E eis que ontem, em meio a um típico pé d'água de verão, ouço no rádio do carro uma chamada da CBN que me faz esquecer o trânsito pesado e sorrir: Paulo Salim Maluf teve a dívida de R$ 700 milhões referente à Paulipetro executada pelos autores da causa, com prazo de 15 dias, a contar de ontem, para pagá-la e multa de 10% sobre o valor em caso de atraso. Não cabe recurso da ordem.
Ainda que tardia, cumpre seu papel a justiça, alcançando o réu ainda em tempo de fazê-lo pagar por seus mal feitos. Até que não falhou tanto, desta vez.

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