Falando nada de tudo e de todos. Durmam vocês com esse barulho...

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Montenegro e Schenberg

O bom de se escrever um blog é escrever sobre o que se quer, sem se importar muito com o resultado, até porque não temos ferramentas lá muito precisas para medí-lo.
Isto posto, vou atacar de crítico literário, coisa que sempre quis ser, já que para escritor não dou para o começo. E, enjoado que sou, vou logo de dois de uma vez. Na verdade, não sei mesmo se é resenha com traços de crítica ou o contrário. Decidam vocês, por gentileza.
Entre os últimos livros que li, tenho dois aqui que se destacam por falarem de dois brasileiros e nordestinos, o pernambucano Mário Schenberg e o cearense Casimiro Montenegro Filho.
O primeiro, físico dos maiores, senão o maior que este continente já viu, não ganhou um Nobel por obra do destino, ou da conspiração, não vem ao caso.
O segundo, aviador primeiro do Exército Brasileiro, depois da então recém fundada FAB, foi entre outras coisas, mentor e primeiro aviador do Correio Aéreo Nacional, a exemplo de Saint-Exupéry, e também mentor e fundador do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), que dispensa quaisquer explicações.
Os livros:
  • Pensando a Física - Mário Schenberg, 5ª edição, Landy, 2001.
  • Montenegro - Fernando Morais, 1ª edição, Planeta, 2006.
Sobre o primeiro, suponho que a idéia dos editores era de produzir um livro de divulgação científica, mas não tão superficial quanto grande parte dos da praça. O formato é adequado, tipo "pocket book" e a intenção, magnífica. Acabam-se as virtudes. Foram feitas degravações do curso "Evolução dos Conceitos de Física" de mestre Scheinberg, de forma absolutamente literal, sem que se tivesse o mínimo cuidado com os problemas causados pelas diferenças entre as duas mídias, a sala de aula e o livro. A sensação que se tem é parecida com a da leitura de uma peça teatral sem as denotações dos elementos de cena, panos, personagens. E o resultado é a destruição do curso em 200 páginas ilegíveis. Boas intenções lotando o inferno.

Quanto ao segundo, Fernando Morais faz um livro desses para se ler de uma sentada. Fantástico personagem, narrativa irretocável. Sujeito feliz esse Fernando. Teve a sorte de ter nas mãos a vida de um cabra com causos e casos bonitos de se contar, e feitos invejáveis. Queria contar um ou dois aqui, mas não vou estragar-lhes o prazer, mesmo porque não tenho um átimo da competência de Morais para isso, e seriam dois os desprazeres, é judiação demais, mesmo para quem paga o pato.

Um comentário:

Emerson de Carvalho Busto disse...

OK,
Já que você tem o livro vê se me empresta.

Tô em crise de abstinência de caldo de mocotó. Preciso urgente de proteína de canela de boi e carboidrato de canela de cana.

Abraços

Alemão